Eu não me ocupo me culpando
E nem lhe culpo ocultando
o fato de que o fado, definitivamente, nunca deixa de ser
por falha nossa, por não ter sido suficiente, por não ter ido em frente, não, Julio, nada disso faz sentido, pois, depois veremos muito claro: tudo isso não passa de conjecturas dos cantos de uma mente.
O que não foi jamais deixará de ser, isso porque só deixa de ser aquilo que um dia foi. E nós não somos. Nós nunca fomos, senão, ingênuos.
Deixa mesmo, deixa estar, que bom que se deixou, porquanto cada um no leito de destino se deitou.
Tudo passará, num silêncio intransponível,
como tem passado
Assim, como tem passado a vida, dia por dia, em cada uma das conquistas que ontem tanto almejamos e que hoje, depois de tudo, não traduz nem menos da metade do que somos por inteiro dessa sede insaciável revelada na calada da noite, quando estamos a sós, sim, quando estamos sozinhos bem dentro de nós, velados por um (ainda que proscrito e inadmissível) descontentamento que bem baixinho... bem baixinho, sussurra e caminha pelos cantos dos recônditos indivisíveis de nossa alma.
Cantos do nossos poetas, semântica das nossas poesias.
A mim
me parece
em nada
lhe reconheço
,
Sua face, seu timbre, o contorno do seu corpo, sua altura, sua forma de falar, seu olhar, nada, nada reconheço. Um estranho para mim, salvo seu nome.
Seu nome, seu nome que me é tão familiar, diluiu-se em quem eu sou, o único caminho que me leva até seu nome é a melodia da canção de Jobim, cujo título rima com hipnotiza.
Mas, lembrei que nem mesmo meu nome eu lhe dei. E, ainda assim, seu nome continua em mim.
Antes de levarmos o óbolo ao barqueiro,
pitonisa.
Das lembranças de Elisa.
Que também soou
Eu