quarta-feira, 18 de setembro de 2024


Ambar, ARMINKA
Ambar, 


Referência imagem: https://www.howardlyon.com/illustration/prints/elfcleric


Arminka, nada disso define.
Pelos olhos alheios somente sou tudo o que nunca fui 
Se eu me volto para algo e não sou recebida na integridade do que sou
Isso só significa que nossas visões vislumbram diferentes direções 
Veja, Arminka, isso não diz sobre mim
isso não diz sobre o outro
Diz unicamente do desencontro


E eu não me dobro, Arminka
não quebro meu próprio pescoço para olhar onde olhos alheios olham
não me desdobro para caber nos outros
o desfeito, não aceito
Sei do que sou sabendo o que não quero
Observando, espero.

E no mais íntimo do meu ser
sinto que não me devem nada
Arminka, o que me completa é a vida
que eu escolho ser vivida

É minha consciência sobre a amplitude decisiva
do meu ato conciso de escolher em vida
que proporciona completude
O resto só ilude. 

Mas, bem sei que amiúde a ilusão invade
fazendo parecer verdade 
Resisto
jamais insisto
permito que o outro não mais exista
em mim
mutualidade não é coisa a ser revista

Meus anseios, Arminka, são sinais de direção 
para o que devo, definitivamente, dizer sim ou não 
corto com katana, encurralo com gana, sinapses que me levam ao mal estar do coração

Já disse que o conhecimento sempre encontra
um meio de chegar até nós, Arminka
o DESTINO não depende da boa vontade de terceiros e se for pra eu ir, irei
Se tiver de me ser revelado, assim será
Anos de experiência não são transferidos
são construídos com a independência da vontade
que cria caminhos à frente do que vemos como realidade
Querer cria caminhos 
e nos traz

Para nós

Eu estou comigo
Encontra-me 
tudo o que preciso
vem
sem que insisto, porque é

só o que me faz bem
eu quero
 o que desperta o melhor em mim
eu vejo
Na direção do meu coração
eu vou

silencio
ouço o chamado da minha própria voz
existe sim um nós
não aceito menos para que o caminho 
seja o próprio destino
entre você e eu 
naitë