domingo, 13 de maio de 2018

I


                                                                                  ...
 Mao Hamaguchi


Ora, mas que forma perfeita isso ganha sob os véus dos meus pensamentos, Phobs
dentro da minha fóvea misturado ao que eu acredito
veja: o momento de espera é a própria eternidade em nossas vidas
Mas eu, Phobs, eu não mensuro mais com Chronos e na minha versão Pandora jamais voltou fechar a caixa

Esquizóide, anedonia, estoicismo, o que importa quando a fala não nos desperta
estou cansada das palavras, Phobs
grande parte dos meus amigos estão mortos,
quando os conheci assim já estavam <dialogam comigo os seus feitos>

Phobs, eu vejo um bosque, vejo a noite, as frondosas árvores, folhas e vento, vejo o lago, sinto a névoa, ouço os seres notívagos, sinto a umidade nos meus pensamentos
o perfume do brilho que as esferas refletem para meus olhos de dentro para fora, agora
enquanto imagino esse local mais real do que tudo que há em mim e a minha volta
eu adormeci para o lado de fora, Phobs, e não há olhar que me desperte

... não vejo olhar algum que me desperte

Meus outros sentidos ressaltam e compreendo apenas tudo o que for não-verbal
Sensação de sono eterno interno que me conforta unicamente dentro da pluralidade dinâmica que sou
Deixem-me em paz, porque se o silêncio é escrupulosamente o destino
já que não está além de agora o que se diz por vir.