Ron di Scenza
De mãos atadas, Mikhail, de mãos atadas
Ou estariam as mãos realmente libertas e lavadas?
Se a vida pede para que peçamos menos
Se a vida quer que queiramos menos
Que assim seja, Mikhail,
posto que de outro jeito não haveria de ser, mesmo...
Mesmo, mesmo que...
Mesmo que eu soubesse o que me espera
Mesmo que eu vivesse e morresse a cada dia unicamente por uma, por essa, causa única
Eu não iria e nem estaria, em lugar algum, além de mim
Além do mais, uma ostra não é um peixe e peixe não é coral
Cada um com a sua medida
Não há forma certa ou errada de compreender a vida
E se eu lavo as minhas mãos e me dou por vencida, Mikhail
É porque sei que não sabemos de nada
E na verdade, a verdade nunca foi nada mais do que aquilo que sempre queríamos ter ouvido.
Queira querer menos
Deseje desejar menos
O que eu quero não tem limite
No entanto, Mikhail, eu tenho sido o próprio limite de todas as coisas...