Aos poucos, Arminka, aos poucos
Numa primeira vez, eu me impeço
guardo para mim, apesar do profundo amargor que causa
a ponto de não conseguir deixar de transparecer o desgosto
no peso da seriedade que me abate
É a partir disso que pondero um valor entre mim e a situação
A gênese do fundamento que me guiará numa próxima vez,
que está por vir, Arminka, está por vir
Numa segunda vez, eu me expresso
as palavras extraídas do fundamento transcrito numa bandeira que junto de uma estaca
finquei em meu peito
Não, Arminka, eu não estaria derrubando algo
Como perder o que já está perdido?
Se uma situação vem a partir de uma escolha alheia, já não depende mais de mim
definitivamente já é o que queria ser, o que penso não impedirá que continue sendo
E se isso se choca com o que há dentro de mim é para que eu perceba claramente
que as coisas não são bem como eu pensava que fossem
E não posso ficar nas mãos de uma vontade que não me pertence
por isso, numa terceira vez, eu me despeço